Sísifo feliz: o Homem-Aranha de Gerry Conway
Só existe um problema realmente sério nos quadrinhos americanos: a morte de Gwen Stacy. Julgar se ela foi ou não necessária é responder à pergunta fundamental da crítica de quadrinhos.
Só existe um problema realmente sério nos quadrinhos americanos: a morte de Gwen Stacy. Julgar se ela foi ou não necessária é responder à pergunta fundamental da crítica de quadrinhos.
Tudo mudou nos quadrinhos americanos em 1978. O mundo estava pronto; os quadrinhos sabiam disso. O acaso dera início a um realinhamento de astros que colocaria a série do Demolidor no colo de um jovem quadrinista. O jovem quadrinista certo: um ambicioso fã de gibis, preparado para aproveitar a oportunidade que passava à sua frente.
Rei Artur, Morgana le Fay, Phil Seuling e a nova era dos quadrinhos americanos.
Vingadores: Ultimato é um desbunde. É basicamente isso que eu tenho para dizer sobre o filme.
Mas isso não é tudo que eu posso dizer sobre os gibis da Marvel.
É uma prova da rápida ascensão do prestígio de Alan Moore dentro da DC que ele tenha escrito três histórias do Super-Homem mais ou menos um ano depois de seu primeiro gibi publicado pela editora.
Steve Ditko, o co-criador do Homem-Aranha, deixou de desenhar a série do personagem na edição #38. Isso foi no início de 1966: um dia ele chegou na redação da Marvel, deixou as páginas originais do gibi com a secretária de Stan Lee e pediu que ela lhe avisasse que aquilo seria tudo. Ele nem desenhou a capa de sua última edição, que foi montada no bullpen a partir de quadrinhos do interior do gibi.
Antes de atravessar o Atlântico, o Alan Moore escreveu três gibis marcantes: V de Vingança, Marvelman, e Capitão Britânia.
Desdobrar a resenha de uma hq em análises separadas do argumento, do roteiro e do desenho deve ser algum tipo de falácia: no final das contas, o que se está fazendo é deixar a própria hq, que é a união desses elementos, em um segundo plano.
A Marvel atual começou uma empresa pequena e recém-falida, e que tinha por objetivo apenas arrancar alguns centavos de crianças e adultos envergonhados. Stan Lee era um editor desesperado que, de uma salinha que dividia apenas com uma secretaria, reuniu mais algumas pessoas desesperadas para trabalhar naquilo que ocupava na escala de moralidade das pessoas comuns uma posição intermediária entre esquemas piramidais e pornografia. O seu conselho para os seus funcionários era “peguem o dinheiro e corram”.
As poucas resenhas que existem sobre Marvels costumam explicar a minissérie como o marco inaugural de uma nova “Era” dos quadrinhos, batizada, provavelmente por fãs de quadrinhos que se dão mais importância do que deveriam, de Renascença.