Hoje é aniversário de John Buscema, que faria 87 anos.
Quando finalmente se estabeleceu na Marvel, em 1966, o homem se tornou um dos
quadrinistas mais influentes dos Estados Unidos: desenhou quase todos os
personagens da editora, quase 100 edições de The Avengers [até hoje a minha fase favorita do grupo] e Silver Surfer, mais
do que isso de Conan, The Barbarian, e se tornou maior influência pós-JackKirby para os artistas que passaram por lá.
Entre os vinte e os trinta anos, no entanto, parecia que ele
não queria trabalhar com quadrinhos. Entre o final da década de 40 e a metade
da de 50, ele desenhou gibis de quase todos os gêneros, é verdade. Mas sempre
como freelance e ao mesmo tempo que desenhava retratos de boxeadores [ele mesmo era um pugilista amador] para o The Hobo News [combinação de fatores já
faz dele um dos maiores seres vivos de todos os tempos] e estudava no Pratt
Institute, sempre de olho na ilustração comercial -- acabou na Chaite Agency,
onde trabalhou por quase dez anos antes de voltar a trabalhar com Stan Lee.
Um dos seus últimos trabalhos dessa época foi o seu primeiro
gibi de super-heróis. Nature Boy foi publicado pela Charlton Comics em uma
tentativa de surfar na onda do Super-Homem. O roteirista, de fato, era o
co-criador do escoteiro azul, Jerry Siegel.
A primeira aparição do personagem acontecem em Nature Boy
#3, de março de 1956 [sim, a primeira edição é a #3. Coisas da Charlton]. São
três histórias: The Origin of Nature Boy, The Dictator of Utopia e The Terrible
Torrent, a última protagonizada pela sua versão adulta, Nature Man [eu diria
que isso e os super-poderes, controle sobre sobre os elementos, é difícil tentar
mais copiar o Super-Homem, mas o roteirista é JERRY SIEGEL. O máximo já tinha
sido atingido].
Das três, The Dictator of Utopia é a mais interessante. É
verdade que a arte de Buscema dificilmente poderia ser MENOS empolgante do que
nessa edição: a composição de páginas é rígida, os planos, abertos e a
angulação, inexistente. A graça está na trama: transcorre na cidade de Utopia, controlada
pelo magnata totalitário Diamond Brite. Parece uma versão mais 1984 [Brite é
“more like a Big Brother than a Boss”; existe uma polícia fascistóide que desce
o cacete na dissidência] de Admirável Mundo Novo [Brite é um Henry Ford
despudorado].
A história segue depois do pulo. O gibi completo [e o resto da série, Nature Boy #4 e #5], você encontra no Comic Book +.
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