Robert Crumb [+] esteve nessa final de semana em Bilbao, cidade
no extremo norte da Espanha, para participar do festival La risa de Bilbao –
especificamente, de uma conversa com Santiago Segura [cineasta da tetralogia
Torrente, ator em O Dia da Besta, recentemente visto em uma ponta em Círculo de
Fogo [+]] sobre o humor underground. Para nós, o resultado disso foram entrevistas
– como essa, com Marta Caballero, publicada no El Cultural.
Crumb, na entrevista, descreve o “humor underground” como
“fazer coisas que podem te dar problemas com a lei e o governo”, um “tipo de
humor que só é apreciado por uma minoria, que pode mostrar a sexualidade de uma
forma explícita, ser imoral e abertamente crítico” e que “por definição, nem
todo mundo pode entender”.
Não pense, com isso, que Crumb está virado em um REBELDE.
Mr. Natural ainda é uma sátira anti-hippismo e a imoralidade tem limite: uma
das vantagens de morar na França é que seus filhos ficam longe das drogas; “até
certo ponto”, diz Crumb, a indústria mainstream “tem razão, o underground não é
para crianças. Quando eu desenhava essas coisas piradas faz 40 anos, não queria
que elas fossem vistas pelos meus filhos”; e “esse negócio de que todo mundo
pode ficar com todo mundo não funcionou. Eram necessários alguns parâmetros,
uma ordem mínima”.
Sobra espaço ainda pra um pouco de otimismo: “o mercado dos
quadrinhos cresceu”, “existem boas propostas individualistas tanto na América
como na Europa” e até mesmo “esses gibis de super-heróis, que não me interessam
nada”, “estão muito bem desenhados”. [NFN DIÁRIO]
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