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Estreou no último festival de cinema de Cannes Danza de la
Realidad, novo filme de Alejandro Jodorowsky, uma adaptação de sua
autobiografia. Anthony Paletta aproveitou para falar sobre o autor surrealista
chileno, dando ênfase à sua produção em quadrinhos.
Depois de uma introdução biográfica [de palhaço e diretor de
teatro em Santiago a neo-surrealista em Cidade do México, daí a budista pela
via do monge Ejo Takata], Paletta na adaptação frustrada para o cinema de Duna
[o clássico de ficção científica de Frank Herbert, que teria Orson Welles,
Alain Delon e Salvador Dalí no elenco, Pink Floyd na trilha sonora, H.R. Giger
e Moebius [+] na direção de arte] como o ponto de partida para o grosso de sua
carreira em quadrinhos.
É que parte do filme foi canibalizado, depois que Jodorowsky
teve uma visão mística, em O Incal, a sua hq mais conhecida, desenhada
precisamente por Moebius – um dos melhores gibis europeus de todos os tempos,
influente como poucos no gênero da ficção científica como um todo. Diz Paletta
que “ecos de O Incal podem ser encontrados na obra de Hayao Miyazaki [+], no
Akira [+] de Katsuhiro Otomo [+], no futuro decadente do Blade Runner de Ridley
Scott [+], em The Matrix e até mesmo na Coruscant nas prequelas de
Guerra nas Estrelas”.
Ainda no universo de O Incal, Jodorowsky escreveu Antes do
Incal [com Zoran Janjetov], “um conto noir consideravelmente mais direto sobre
corrupção urbana sem limites que, diante da relativa ausência de elementos
espirituais, mergulha mais profundamente na exploração do tecido urbano depravado
do mundo do Incal” e A Saga dos Metabarões [tudo lançado no Brasil pela Devir]
e Final Incal, em parceria com José Ladrönn. [NFN DIÁRIO]
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